O Parque é uma das mais importantes reservas naturais de Minas Gerais, ocupando o extremo norte da Serra da Mantiqueira, entre os vales do Carangola, Glória e Rio Doce.
A Serra do Brigadeiro possui inúmeras nascentes, que contribuem de maneira significativa para a formação de duas importantes bacias hidrográficas do Estado: a do Rio Doce e a do Paraíba do Sul.
Caracterizado pela Floresta Atlântica de Encosta e por Campos de Altitude, o Parque possui importância vital na preservação destes dois biomas. A Serra é considerada um paraíso botânico, por abrigar espécies raras e ainda não catalogadas pela ciência. No Parque existe uma neblina, que se mantém quase o ano todo encobrindo as serras e picos.
Os primeiros habitantes na Zona da Mata, onde se localiza o parque, foram os índios puris, coroados e coropós. Conhecida por diversos nomes ao longo do tempo, a serra do Brigadeiro era conhecida originalmente como serra dos Arrepiados, referindo-se, segundo versões diferentes, aos cabelos amarrados em forma de coque dos índios puris, ou ao frio das terras altas, que arrepiava a pele daqueles que por lá passavam.
O Parque abriga vários Picos: o do Soares (1.985 metros de altitude), o Campestre (1.908 m), o do Grama (1.899 m) e o do Boné (1.870 m). A altitude e o relevo amenizam a temperatura local e a neblina cobre os picos durante quase todo o ano, formando uma das mais belas imagens do local.
Infraestrutura
O Parque possui as seguintes infraestruturas e equipamentos:
Duas portarias
Centro de visitantes com exposição permanente da biodiversidade e cultura local, e auditório com capacidade para 60 pessoas;
Sede administrativa
Centro de pesquisa com alojamento para nove pesquisadores e espaço para laboratório;
Casa de hóspedes;
Trilhas sinalizadas parcialmente.
A sede da ‘Fazenda Neblina’, antiga construção colonial, foi reformada e transformada em casa de hóspede.
A infraestrutura do Parque foi construída em parceria com o Programa de Proteção da Mata Atlântica de Minas Gerais (Promata) com recursos da Cooperação Financeira Internacional Brasil-Alemanha, repassados através do Banco Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW) que investiu cerca de R$ 1,25 milhão.
Atrativos
Picos e trilhas
Fazenda do Brigadeiro
O casarão da Fazenda do Brigadeiro existe há 70 anos. Foi construído no estilo neocolonial, com dois pavimentos idênticos entre si e mede 240 m2 e foi tombado pelo município de Araponga. Para chegar ao casarão, saindo de carro do centro de visitantes, pegue a estrada principal do Parque, sentido de Araponga. Siga as placas indicativas para a Fazenda do Brigadeiro, passando pela comunidade do Estouro. No caminho de cesso pode-se avistar o imponente Pico do Boné. No período de chuvas, a estrada de acesso torna-se escorregadia, sendo recomendável o uso de veículo com tração nas quatro rodas (4×4).
Pico do Boné
É o principal atrativo do parque sendo o mais visitado fica a 28 km da sede, em Araponga na região do Estouro, com seus 1.870 metros acima do mar, tem 360 graus de visão de toda região, sua trilha é a mais fácil do parque, são 4 km de trilha em estrada de uma antiga carvoaria da Belgo Mineira dos anos 60 em mata atlântica, nível de dificuldade leve.
O Pico do Boné, que leva esse nome por causa de sua aparência quando contemplado à distância e seu cume é formado por um pequeno platô que mede 10 por 15 metros, onde predomina uma vegetação constituída por gramíneas, pequenos arbustos e grande número de bromélias de flores vermelhas. É um dos Picos mais altos do Parque. Do pico é possível avistar os mares de morros e, a leste, o distrito de Bom Jesus do Madeira; ao sul, a Serra do Grama e a Pedra do Pato; ao norte, o Pico do Soares e a Pedra Branca; e a oeste o município de Araponga.
Capela e Mirante
A ermida foi construída em 1908 pela família de João dos Anjos Macedo, em homenagem a Antônio Martins. Em 1952, Vicente Lima e José Laureano, dois cidadãos locais, organizaram um mutirão, reconstruíram a capela e colocaram em seu interior a imagem de Santo Antônio. Atualmente, a Ermida abriga um pequeno altar com imagens de vários santos. Junto à entrada, alguns devotos costumam acender velas e fazer pedidos a Antônio Martins, que muita gente já considera um santo. A parte externa da capela compõe um mirante natural, de onde se tem uma vista privilegiada de parte do Parque, podendo-se ainda avistar as serras da Carangola e do Grama, e admirar o nascer e o pôr do sol.
Pico do Itajurú
Localizado no extremo sul da Serra do Brigadeiro, na região norte de Muriaé, a 15 km da vila do Belisário, ele está a 35 km da sede. O Pico do Itajuru é um afloramento de rochas graníticas cujo ponto culminante se encontra a 1.585 metros de altitude. No topo, a vegetação é de médio porte aproximadamente 1,80 metro de altura –, o que dificulta uma visão panorâmica o entorno. Em dias de bom tempo, é possível ver os municípios de Ervália e Muriaé.
Pico do Grama
É um maciço rochoso granítico recoberto por vegetação de campo de altitude. O ponto mais elevado do Pico encontra-se a 1.561 metros, possibilitando que e tenha dali uma bela vista da sede administrativa, rodeada por morros e vegetação densa. O local é privilegiado para a visualização do mar de morros que compõe o relevo da região. Do Pico, avistam-se ainda os municípios de Miradouro, Fervedouro e Ervália, e os Picos do Boné e do Soares, além das redes de drenagem existentes em toda a volta.
Pico do Cruzeiro
O Pico do Cruzeiro, a 1.684 metros acima do nível do mar, possui uma vegetação predominante de campos de altitude, devido aos fortes ventos que o assolam e ao solo arenoso. É um dos pontos mais altos da Serra do Brigadeiro e proporciona uma das mais belas vistas panorâmicas da região. Dali, observar o uso e a ocupação do solo na região adjacente. No inverno, a temperatura no Pico gira em torno dos 10ºC. O local é privilegiado para visualização do mar de morros que compõe o relevo da região circunvizinha, sendo também bastante procurado com finalidade religiosa, já que ali se encontra um enorme cruzeiro. Ao norte do Pico, encontra-se o município de Fervedouro; a oeste, a Pedra da Ararica; a leste, o Pico do Soares; e ao sul, Araponga.
Pedra do Pato
A Pedra do Pato, conhecida também como Pedra do Campestre, é um dos pontos mais altos do Parque, com aproximadamente 1.908 metros de altitude. Seu nome se deve a uma formação rochosa de coloração esbranquiçada que lembra a figura de um pato. Essa formação pode ser avistada da Portaria Pedra do Pato e da região de Fervedouro. Da Pedra do Pato, a vista panorâmica é deslumbrante. Pode-se avistar a Portaria Pedra do Pato, os Picos do Boné e do Soares, o distrito Bom Jesus do Madeira e a região do entorno. Nos seus 1.600 metros tem se um lago natural de 1 metro de profundidade, logo acima do lago se sobe mais 400 metros para chegar ao cume maior
Pedra do Cruzeiro
A Pedra do Cruzeiro é um afloramento de rocha granítica cujo ponto culminante se encontra a 1.645 metros de altitude. Seu topo é plano e a vegetação predominante é a de campos de altitude. No local existe um cruzeiro, onde as comunidades de Ervália e Dom Viçoso se reúnem, todo dia 10 de maio, para a celebração de uma missa. Do alto tem-se uma privilegiada visão do mar de morros das redondezas.
Trilha do Encontro
Em todo o percurso, observa-se vegetação típica de Mata Atlântica, predominantemente secundária, com forte presença de bromélias e orquídeas. A alguns metros do início da trilha existe uma bifurcação; a da esquerda dá acesso à Trilha da Lajinha; e a da direita às Trilhas da Serrinha e do Encontro. Próximo a esse entroncamento, a descida é íngreme. Nesse ponto, existe uma escada seguida de passarela de madeira e, logo à frente, blocos de rochas sob um curso d’água.
No decorrer da trilha, há uma confluência entre os Córregos Serra Nova e o do Moinho do Zeca, onde existe um entroncamento que, à esquerda, leva à Trilha da Serrinha, e à direita, continua para a Trilha do Encontro. A partir desse trecho, a trilha não tem mais bifurcações. Há uma grande declividade, mas apenas no trecho inicial. Durante o percurso, pode-se ver inúmeras espécies da flora regional, destaque para os muricis de pequeno porte – árvores graciosas, sobretudo quando estão floridas. No final da trilha, passa-se por uma clareira até chegar à estrada interna do Parque, próximo ao heliponto. Nesse local existia um forno para produzir carvão, hoje desativado. Segundo informações locais, parte dessa trilha foi uma estrada utilizada para puxar a madeira usada na fabricação de móveis e na produção de carvão.
Trilha do Carvão
A Trilha do Carvão tem 6,7 km de extensão e, aproximadamente, 3 metros de largura. Em alguns pontos, a largura é menor devido à recomposição da vegetação, ou por causa de processos erosivos. É uma caminhada sem grandes obstáculos e com subidas pouco acentuadas. A vegetação de Mata Atlântica é abundante ao longo de todo o trajeto, proporcionando boa sombra ao caminhante. Durante o percurso, podem ser vistos muitos samambaiaçus (xaxins), enquanto se ouve o suave barulho das águas dos regatos e os cantos de aves como a araponga e o trinca-ferro. De um determinado trecho, avista-se a Serra das Cabeças. Segundo moradores da região, a Companhia Belgo Mineira explorava madeira naquelas terras, e transitava com caminhões por aquela trilha transportando lenha e carvão. O fato é que existem ruínas de fornos de carvoaria e um chassi de carreta abandonado, em bom estado de conservação, o que causa estranheza pelo contraste provocado pela densa mata a sua volta. A trilha termina nas proximidades da comunidade do Estouro.
Trilha Laje do Ouro
A trilha mede 2,7 km de extensão e 3 metros de largura, do seu início até o encontro com o Córrego do Ouro. A partir daí, ela se torna estreita, chegando a 1 metro em alguns pontos. A topografia do terreno é relativamente plana, de fácil acesso. Durante a caminhada, atravessa-se pequenos cursos d’água, provavelmente de afluentes do Córrego do Ouro. Em alguns trechos, é possível ouvir o rumorejar dos riachos. A vegetação de Mata Atlântica é abundante ao longo de todo o trajeto, propiciando boa sombra. No decorrer da trilha, avistam-se o Rochedo e os Picos do Cruzeiro e do Soares. No final da trilha, já próximo à Laje do Ouro, a vegetação é mais baixa, o que aumenta consideravelmente a incidência dos raios solares. Durante o período das chuvas, a estrada de acesso à Fazenda do Brigadeiro torna-se escorregadia, sendo recomendável a utilização de veículo com tração nas quatro rodas (4×4).
Trilha da Lajinha
Possui 500 m de extensão e está a 100 m de distância da sede. Durante a caminhada, pode-se observar a biodiversidade da mata Atlântica. No final do percurso há um jardim de bromélias em uma laje de pedra. No período chuvoso, alguns trechos ficam muito escorregadios, por isso, necessitam de maior atenção durante a caminhada.
Trilha do Muriqui
Possui 1,1 km de extensão e fica a 100 m de distância da sede. A trilha pode ser percorrida com propósito educativo, pois tem como tema a biodiversidade da mata Atlântica, com destaque para as plantas medicinais e outras espécies da flora e da fauna. Nesse passeio, o visitante poderá ver o muriqui.
Trilha Pedra do Cruzeiro
Essa trilha mede aproximadamente 3,3 km de extensão e não está bem demarcada. Inicia-se numa lavoura de café de propriedade particular – uma fazenda cuja divisa se encontra a 1.245 metros de altitude. Trilha da Pedra do Cruzeiro possui grande beleza natural e cênica. A vegetação do entorno é predominantemente do bioma Mata Atlântica – as árvores são de grande porte e o acúmulo de matéria orgânica no solo é elevado. A trilha é utilizada principalmente pela comunidade local, que todos os anos, no dia de Corpus Christi, se reúne para uma celebração religiosa.
Dados Gerais:
Municípios de abrangência: Araponga, Divino, Ervália, Fervedouro, Miradouro, Muriaé, Pedra Bonita, Sericita.
Bioma – Mata Atlântica com campos de Altitude
Área: 14.984 ha
Criação: 27 de setembro de 1996, através do Decreto Nº 38.319
Informações sobre horário e dias de funcionamento
E-mail: [email protected]
Fone: (32) 3721-7491 / Estrada Araponga, Fervedouro MGC 482 km 15, Zona Rural, Araponga, Minas Gerais, CEP: 36594-000.
A entrada no Parque é gratuita
Orientações do Parque
Não há serviços de hospedagem e alimentação.
No Parque Estadual da Serra do Brigadeiro não há telefone público. Porém, a 800 metros do centro de visitantes (Ermida Antônio Martins) pode-se ter acesso à telefonia móvel (Vivo e Claro). Em alguns pontos também é possível ter acesso à internet.
Informações do IEF
Fonte: https://www.serradobrigadeiro.com.br/
Instagram: @serradobrigadeiro