Ópera inédita “Devoção”, um tributo à alma de Minas Gerais, no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos

A história de um imigrante português e sua jornada de fé nas Minas do século XVIII

A história de um imigrante português e sua jornada de fé nas Minas do século XVIII

Produção em dois atos, encomendada pela Fundação Clóvis Salgado, tem música composta por João Guilherme Ripper, libreto assinado por André Cardoso, direção musical de Ligia Amadio e concepção e direção cênicas a cargo de Ronaldo Zero; participam da montagem a Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais, a Cia de Dança Palácio das Artes e o Coral Cidade dos Profetas. 

Ópera Devoção tem pré-estreia em 13 de julho, em Congonhas e faz temporada dias 19, 20, 22 e 23 de julho, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes 

O Brasil conquistou uma única Palma de Ouro, de Melhor Filme, no Festival de Cannes, França, com “O Pagador de Promessas” (1962), de Anselmo Duarte. Em 1969, com “ODragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, Glauber Rocha também ganhou o prêmio máximo, mas como diretor.

O enredo de “O Pagador de Promessas”é tão simples quanto denso e tenso, com excelentes roteiro, direção e atuações. Nos anos de 1960, Zé do Burro, um homem humilde, enfrenta a intransigência da Igreja ao tentar cumprir a promessa feita em um terreiro de Candomblé; carregar uma pesada cruz de madeira por um longo percurso. Pronto. Uma história de humanidade, fé, promessa, milagre e devoção.

Ora, abrindo a temporada de óperas da Fundação Clóvis Salgado – FCS/Palácio das Artes está “Devoção”, com os principais ingredientes de “O Pagador de Promessas”: humanidade, fé, promessa, milagre e, claro, enorme devoção. Com a grande diferença de a trama se passar em seu cenário real e original, a cidade histórica de Congonhas (MG), mais precisamente, o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. A pré-estreia de “Devoção” terá lugar em 13 de julho de 2024, ao ar livre, no Santuário, com acesso gratuito. As récitas em Belo Horizonte acontecem nos dias 19, 20, 22 e 23 de julho, às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes e os ingressos já estão à venda.

A ópera “Devoção” é a primeira entrega do “Projeto Profecia”, que norteia as ações da FCS no segundo semestre de 2024 e inclui uma programação ainda maior: o “Arraial da Liberdade”, a ópera “Nabucco”, a exposição “A valorização e o resgate de nossa cultura”, de Yara Tupynambá, o desfile “Moda no Jardim Sensorial”, e o fechamento do ano, com o “Natal da Mineiridade”.

O Ministério da Cultura, o Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam a ópera “Devoção”. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm Patrocínio Master da Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal e correalização da APPA – Arte e Cultura. Governo Federal, Brasil. União e Reconstrução.

Em feliz sintonia, a apresentação da ópera “Devoção”, em Congonhas, também marca a contagem regressiva de três anos para as comemorações dos 270 anos do Jubileu, em 2027, e o início do Festival de Inverno na cidade.

Devoção rima com inspiração. Ainda em maio de 2023, durante a 16ª Conferência Anual da Ópera Latinoamérica – OLA, no Teatro Amazonas, em Manaus (AM), a FCS dava os primeiros passos em direção à produção da ópera, na companhia do compositor João Guilherme Ripper e de André Cardoso, que assina o libreto, aos quais o trabalho foi encomendado. O argumento foi proposto pelo secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult/MG), Leônidas Oliveira e pelo presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis.

Para Ripper, foi uma imensa alegria ter composto a música de “Devoção”, com libreto de André Cardoso, para o Palácio das Artes “a partir da prestigiosa encomenda da FCS. A ópera parte da trajetória de Feliciano Mendes para abordar a riqueza devocional mineira, que assume variadas e coloridas formas. A partitura de ‘Devoção’ transita entre os ritos formais da Igreja e a religiosidade sincrética das ruas. É um espetáculo com raízes profundas em solo mineiro”. 

A pesquisa para o libreto de “Devoção” contou com a colaboração da Academia de Ciências e Letras de Congonhas e do escritor Domingos Teodoro Costa, autor de “Congonhas: Da Fé de Feliciano à Genialidade de Aleijadinho”.

Sobre a concepção de “Devoção”, fala a diretora geral da ópera, Cláudia Malta: “Desde 2022, esta é a terceira vez que o Palácio das Artes encomenda uma ópera. Trabalhar com compositores vivos é uma experiência incrível. Somos testemunhas da criação de uma obra que ficará na história da Instituição, da ideia até as partituras e a encenação. A saga e a resiliência do personagem principal nos ‘contaminaram’. A ópera ‘Devoção’ tornou-se verdadeira devoção para todos os envolvidos. Torcemos agora pela ‘peregrinação’ do público em Congonhas e no Palácio das Artes”.

Nascia a ópera “Devoção”, a saga, inspirada em fatos históricos, de Feliciano Mendes, um homem simples, corajoso e devoto como Zé do Burro, mas também muito ambicioso que, no século XVIII, deixando seu pobre Norte de Portugal, atravessou o Atlântico e chegou a Congonhas, Minas Gerais, em plena corrida do ouro. Na história real, mas com poucos registros, Feliciano era um imigrante solitário que, para efeitos dramatúrgicos, na ópera, ganhou uma esposa, Mercês, a soprano portuguesa Carla Caramujo.

Trata-se, é preciso enfatizar, de uma jornada emocional repleta de história, humanidade, fé, promessa, milagre e principalmente, de devoção. A 95ª ópera do Palácio das Artes é uma produção inédita, traz grande elenco de músicos e solistas. A ópera, em dois atos, conta a história de Feliciano e sua promessa, a construção de uma igreja em Congonhas, que viria a ser o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, hoje considerado pela UNESCO como “Patrimônio Cultural da Humanidade”.

No enredo, Feliciano, com muitos sacrifícios realiza seu sonho. Trabalha duro, acha ouro e fica extremamente rico. Para isso, paga um preço alto pois, com a mineração, contrai uma grave doença. É salvo pela promessa feita ao Bom Jesus, do qual já era devoto em Matosinhos, Portugal. Em agradecimento, Feliciano paga a promessa; gastando toda sua fortuna, torna-se um ermitão e aceita até esmolas para a construção da igreja/santuário, dando início à devoção e à peregrinação até hoje existentes.

“Devoção” tem direção musical e regência da maestra Ligia Amadio e concepção e direção cênica de Ronaldo Zero. O projeto conta com os corpos artísticos da FCS, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, o Coral Lírico de Minas Gerais, a Cia. de Dança Palácio das Artes, e a participação especial do Coral Cidade dos Profetas.

“’Devoção’ nos transporta para uma Minas Gerais do passado, transformando-a em uma fábula viva que celebra a arte, a cultura e a crença do povo mineiro. Por meio de cenários e figurinos ricamente detalhados, aliados à coreografia e à trilha sonora que ecoam os sons, movimentos e melodias da época, somos imersos em um mundo onde o tempo parece ter congelado, permitindo-nos vislumbrar a vida em um cenário colonial repleto de magia e mistério. Assim, ‘Devoção’ não é apenas uma ópera; é um tributo à alma de Minas Gerais, uma homenagem aos que vieram antes de nós e uma celebração da eterna busca pela verdade, pelo amor e pela redenção. Uma jornada emocionante através do tempo e do espaço, onde os limites entre realidade e fantasia se fundem para criar algo verdadeiramente mágico e inesquecível”, declara Ronaldo Zero.

Finalmente, “Devoção” fecha uma feliz tradição, em forma de trilogia. Em 2022, a ópera “Aleijadinho” teve sua estreia, ao ar livre, em Ouro Preto, antiga Vila Rica, onde nasceu e viveu o escultor Aleijadinho (1738-1814). Como cenário, nada menos que a Igreja São Francisco de Assis, onde se encontram algumas de suas principais criações.

Em 2023, seguindo a “procissão”, a FCS estreou a ópera “Matraga”, baseada no conto “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”, de Guimarães Rosa, na Gruta do Maquiné, em Cordisburgo, terra natal do escritor. Duas estreias insólitas, seguidas de grande sucesso, com apresentações no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

Com “Devoção”, fecha-se uma trilogia, mas a vocação para a produção de óperas inéditas da FCS continua, se inspirando na história de Minas, por mais três, trinta ou trezentos anos!  

FICHA TÉCNICA

Música: João Guilherme Ripper

Libreto: André Cardoso

Direção Musical e Regência: Ligia Amadio

Concepção e Direção Cênicas: Ronaldo Zero

Cenografia: Jonas Soares

Figurinos: William Rausch

Iluminação: Caetano Vilela 

Direção Coreográfica: Jorge Garcia 

Preparação do Coral Lírico de Minas Gerais: Hernán Sánchez

Direção Geral: Cláudia Malta

ELENCO

Matheus Pompeu (Tenor): Feliciano Mendes, português, devoto do Bom Jesus

Carla Caramujo (Soprano): Mercês, portuguesa, esposa de Feliciano 

Johnny França (Barítono): Tropeiro e mascate

Sávio Sperandio (Baixo): Padre Antônio Rodrigues de Sousa

Barbara Brasil (Mezzosoprano): Beata

Miguel de Andrade (Ator): Menino Sebastião

SERVIÇOS

Serviço: Ópera Devoção – Congonhas/MG

Data: 13 de julho (sábado) – Horário: 17h30

Local: Santuário de Bom Jesus de Matosinhos – Congonhas, MG 

Classificação Indicativa: 10 anos

Evento gratuito

Serviço: Ópera Devoção – Belo Horizonte/MG

Data: 19 – sexta, 20-sábado, 22-segunda e 23 – terça de julho, às 20h

Local: Grande Teatro Cemig Palácio das Artes – Avenida Afonso Pena, 1537, Centro

Ingressos:  

1º Lote, até 10 de junho

Meia 25,00 e inteira 50,00

2º Lote, a partir de 11 de junho

Meia 30,00 e inteira 60,00

Lei da meia-entrada – Estudantes, Idosos e Pessoas com deficiência

Jovens de 15 a 29 anos comprovadamente carentes

Ingressos à venda na Bilheteria do teatro e pelo link https://www.eventim.com.br/artist/opera-devocao/

Informações para o público: (31) 3236-7400

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