O Museu de Congonhas inaugura a exposição “Ricardo Carvão Levy”, a partir de hoje, dia 20 de agosto, às 14h. A mostra comemorativa traz um recorte da produção artística de Carvão, produzida na últimas quatro décadas. “A ideia é trazer um pouco da minha criação voltada para esculturas de aço, dentre elas as peças que deram origem às obras públicas, que estão em parques, praças e jardins de Belo Horizonte e outras cidades brasileiras. É uma retrospectiva do meu trabalho, desde a minha primeira exposição. Já são milhares de obras. Só nos sete primeiros anos foram 600 esculturas. Estão espalhadas pelo Brasil. Gosto de criar formas inusitadas, minha função é criar e executar, e as obras tomam seu próprio rumo”, adianta o artista.
A exposição integra o Programa Museu de Congonhas Todas as Letras, com o patrocínio da Gerdau. Durante o período da exposição, que segue até o dia 27 de outubro, haverá bate-papo com o artista.
O trabalho de Ricardo Carvão tem um cunho construtivista, com valorização das formas geométricas. Desde os anos 80, o artista também trabalha com a reutilização de materiais que seriam descartados, além de materiais reciclados em suas criações. Dentre as principais obras do artista em espaços de Belo Horizonte, destaque para o “Monumento à Paz”, comemorativo da visita do Papa João Paulo II a BH, em 1982; o “Voo”, no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, de 1984; “Liberdade”, na Praça da Liberdade, de 1991; o “Monumento ao Milênio”, na Praça Marcelo Góes Menicucci, Belvedere, de 2001, e o “Monumento à visão”, no Mirante da Cidade, de 2017.
Nascido em Belém do Pará, foi em Belo Horizonte que Carvão fez sua carreira, quando se mudou para a cidade com a família, em 1964. Em 1972, em viagem ao México, teve contato com a arte pré-colombiana, tal qual em sua cidade natal, e, a partir de então, decidiu que seu caminho profissional seria dedicado ao tridimensional. Ao retornar para o Brasil, iniciou um estudo autodidata, debruçando-se sobre a Geometria e a Matemática, criando inúmeros trabalhos com a sola de couro, enaltecendo o material inapto e inóspito e, a princípio, as formas da natureza. Mas foi a partir de 1979 que Ricardo Carvão deu início aos trabalhos com o material que se tornou sua principal matéria-prima até os dias de hoje, que é o aço. Em 1985, diversificou os materiais incorporados ao seu trabalho, tais como granito, concreto, mármore, vidro, madeira, entre outros. Seus avanços estéticos são inspirados pela natureza, pela música e pelas suas próprias obras.
Fonte: foconanoticia.com.br