Ultramaratonista aquática completou trajeto português de 45km em 15h9min2s
Respondendo às dores com alegria. Assim, a juiz-forana Mayra Santos superou dificuldades na água e se tornou, nesta segunda-feira (21), a primeira mulher a ligar, a nado, os 45 quilômetros da aldeia de Foz de Alge à Praia Fluvial da Aldeia do Mato, no Rio Zêzere, em Abrantes, Portugal. A ultramaratonista aquática realizou o feito inédito em ininterruptas 15h 9min 2s.
“Estive sempre muito confiante, apesar de no km 23 começar a sentir fortes dores nos ombros, que poderiam colocar tudo a perder, pois ainda faltava a metade. Pensei que aquela dor que estava sentindo não era nada perante as sentidas pelas pessoas que estavam em estado terminal de cancro no hospital. Essa foi a tática que usei para me abstrair”, conta Mayra à Tribuna. “Além disso, eu pensava em todos os nadadores de águas abertas, que sentem essas mesmas dificuldades, e que a grande diferença é que eu sofro com alegria, não sei sofrer de outra maneira.”
Logo, a partir do 30ºquilômetro, Mayra não apenas voltou a impor seu ritmo, como finalizou a travessia em uma distância maior que a planejada inicialmente. “Tínhamos colocado o objetivo de fazer 40km e, ao atingir essa meta, poderia subir ao barco. Mas como já me sentia bem, quis chegar até a Praia de Aldeia do Mato a nado e, por isso, somou mais 5km”, explica.
Durante o desafio, Mayra passou pelos municípios portugueses de Figueiró dos Vinhos, Ferreira do Zêzere, Tomar e Abrantes, sendo apoiada, das margens do rio, por diversos moradores de cada cidade, além de pessoas em barcos próximos.
Além do ineditismo, o desafio criado por Mayra foi parte da preparação da ultramaratonista para sua principal meta: dar a volta na Ilha da Madeira, com trajeto de 144km em cerca de 60h também em nado sem descanso. Até este momento, a juiz-forana já havia se tornado a primeira mulher a concluir a Ultramaratona Aquática da Ilha da Madeira , em 2019, e quebrado o recorde mundial de nado estático em piscina contracorrente, com 30h07min de prova sem parar.
Fonte: https://tribunademinas.com.br/