“O Q-Verte é fabricado na Fazenda das Vertentes seguindo as exigências de produção sustentável”
O queijo minas feito com leite cru Q-Verte, produzido na Fazenda das Vertentes, no município de Entre Rios de Minas, conquistou o primeiro certificado de queijo orgânico do Estado. Tal certificação reconhece que todo o processo de produção da iguaria de tradição tão forte, é feito de maneira sustentável. Desse modo, a alimentação oferecida ao gado não é transgênica; o capim é orgânico, o sal mineral oferecido em complementação para o gado não tem ureia e diversas medidas estruturais na propriedade, como o abastecimento de água e a gestão dos recursos naturais, respeitam a natureza.
Desde crianças as irmãs Andréa e Adriana Prado sonhavam em ter uma fazenda juntas, uma propriedade agrícola sustentável. Assim, começaram a desenvolver receitas e a buscar conhecimento e capacitação para a produção de alimentos de qualidade. Andréa conta que a produção já teve início com todos os protocolos para atender as exigências da produção sustentável e orgânica. “Foi longo o percurso, entre muitos erros e acertos para garantir que todos os critérios associados à sustentabilidade exigidos pela legislação fossem respeitados.”, ressalta.
As irmãs ainda sonham e tornar seu produto em todo do país e que a tradição mineira possa ser repassada para além de nosso Estado. “Nossa luta continua em busca agora da certificação nacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mapa, o Selo Arte, que nos permitirá levar o Q-Verte para mesa de todos os consumidores do país.”, afirma Andréa.
PRODUTORES DE QUEIJO ARTESANAL CRIAM ASSOCIAÇÃO ESTADUAL
A produção de queijo minas artesanal obteve mais uma conquista com a criação da Associação Mineira dos Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo). A fundação da entidade aconteceu na sexta-feira, 06, na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em Belo Horizonte.
Inicialmente a entidade será composta por nove regiões produtoras que somam mais de 200 empreendedores: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Mantiqueira, Serra Geral, Serra do Salitre, Serro e Triângulo. Porém, a entidade planeja reunir todas as associações e produtores do Estado.
O produtor rural de São Roque de Minas, João Carlos Leite, conhecido como “Joãozinho da Canastra”, foi eleito por unanimidade o primeiro presidente da Amiqueijo, representando a Associação dos Produtores de Queijo Canastra (Aprocan). De acordo com o produtor, a Amiqueijo vem sendo idealizada há cerca de 4 anos atrás. Porém, o projeto não conseguiu forças tendo em vista o pequeno número de associações regionais. “Decidimos dar um tempo pra que essas outras associações embrionárias atingissem alguma maturidade. Agora chegamos a conclusão que o momento chegou.”, relata.
João Carlos explica que com apoio de parceiros institucionais como, Sebrae, Faemg, Mapa, Seapa , Emater, OCEMG além do Ministério da Agricultura como um grande apoiador do agronegócio do Queijo Artesanal de Minas, a cadeira produtiva ficou mais organizada e mais forte. “Como pequenos produtores, temos muitas demandas em comum. A Amiqueijo nasceu pra ser a representante legal dos Queijos Artesanais de Minas.”, afirma.
O Governo de Minas está prestes a concluir a regulamentação da Lei 23.157/18, que trata da produção e da comercialização dos queijos artesanais no Estado. O dispositivo prevê a possibilidade de criação de novas variedades de queijos artesanais para estimular a diversificação dos produtos e incentivar os produtores rurais, ampliando as oportunidades de mercado.
Mariana Resende, conhecida pelo Queijo Catauá em Coronel Xavier Chaves, foi eleita como vice-presidente da Amiqueijo, representando a Associação do Queijo Minas Artesanal do Campo das Vertentes (AQMAV). Para a produtora, a legislação precisa avançar para que MG não fique à margem nesse processo de desenvolvimento. “Sempre haverá o Queijo Minas Artesanal tradicional feito com a preservação de técnicas de fabrico, mas pode e deve haver outros tantos queijos diferentes e inovadores. Precisamos inovar e, antes de qualquer coisa, precisamos de uma legislação que nos entenda como pequenos produtores”, ressalta.
Mariana explica que outros Estados, menos tradicionais na produção de Queijo Artesanal, estão despontando em novas e surpreendentes criações e que o mercado está sedento por novidades. “Não há tradicionalidade capaz de nos segurar nesse mercado. É preciso que o produtor tenha responsabilidade com a qualidade do produto, mas a legislação deve existir até o limite do razoável. A França, por exemplo, produz mais de 300 tipos de queijo e nem por isso deixam de ser tradicionais!” exemplifica.
Fonte: gazetadesaojoaodelrei.com.br O Queijo Q-Verte é o primeiro queijo minas artesanal orgânico de MG. Foto: Divulgação