Documentário sobre um dos poetas contemporâneos mais importantes do país, o mineiro Affonso Ávila, será exibido em São João del-Rei, em sessão especial

Longa traz registros na casa do escritor, em Ouro Preto, e leitura de poemas inéditos

Após a exibição, será realizada sessão comentada com a diretora Eleonora Santa Rosa, uma das filhas do autor, Mônica de Ávila Todaro e docente do Departamento de Ciências da Educação e do Programa de Mestrado da UFSJ, e Suely Campos Franco, especialista em cultura e arte barroca.

Cristina 1300 CRÉDITO Divulgação

A jornalista, gestora, produtora e ex-secretária de Cultura de Minas Gerais, Eleonora Santa Rosa, levará para São João del Rei seu primeiro longa que celebra um dos poetas e ensaístas mais brilhantes da segunda metade do século XX do Brasil, Affonso Ávila. “Cristina 1300 – Affonso Ávila – Homem ao termo” será exibido no dia 10/12 (terça-feira), às 19h30, no Cine Glória (avenida Tiradentes, 390, Centro), o documentário traz raras imagens na casa do Affonso Ávila, na rua Cristina, 1.300, bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte, entre 2010 e 2012, e em Ouro Preto, cenário de um dos mais belos livros de poesia do autor – Cantaria Barroca.  A retirada gratuita dos ingressos será realizada 30 minutos antes da sessão (sujeito à lotação).

O filme inclui, ainda, leituras do poeta em estúdio e poema inédito. “Affonso apresenta sua visão poética em suas diversas fases de criação artística, em articulação com animações, recortes fotobiográficos e contrapontos sonoros”, descreve Eleonora Santa Rosa, ressaltando que a ideia principal do documentário é apresentar o poeta por ele mesmo, divulgando o seu legado literário, contemporâneo e singular. 

Após a exibição, haverá um bate-papo com a diretora Eleonora Santa Rosa, uma das filhas do poeta e docente do Departamento de Ciências da Educação e do Programa de Mestrado da UFSJ, Mônica de Ávila Todaro, e Suely Campos Franco, cientista social, especialista em cultura e arte barroca, mestre em memória social e documentos e doutora em estudos lusófonos pela Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3. Serão abordados os bastidores, como o convite à atriz Vera Holtz para a leitura de alguns poemas, as curiosidades e os desafios do projeto, que começou a ser concebido em 2010 até ser concretizado em 2024.  

“O documentário é uma lição de resistência, resiliência, persistência e insistência, porque foi desafiador em vários sentidos – desde a sua estruturação diferenciada do padrão usual dos filmes nesse campo, passando por questões de patrocínios, do falecimento do poeta em meio ao processo de produção, da complexidade técnica em relação à geração do material, a pandemia e até mesmo da escolha de uma equipe que entendesse e abraçasse os desafios que o material impunha”, revela a diretora, que também é responsável pelo argumento original, roteiro e pela produção executiva. O documentário conta com a codireção de Marcelo Braga de Freitas.

Outro aspecto interessante é que Santa Rosa conviveu com o poeta por mais de três décadas, profissional e familiarmente, e ansiava apresentar ao grande público a trajetória poética singular e crítica de um poeta excepcional, que detinha pleno domínio da língua e da linguagem, com jogos, aliterações, torções, apropriações, montagens, subversões de sentidos e novos significados. 

“Affonso Ávila teve uma carreira reconhecida e muito respeitada como ensaísta e pesquisador do barroco mineiro, mas apesar de ser considerado um dos mais importantes poetas do país, sua produção poética continua restrita ao consumo dos seus pares. Senti-me, sobretudo após o seu falecimento, na obrigação de dar tratamento e vazão ao material gravado, inédito, de grande significado para a compreensão de sua trajetória poética”, finaliza. 

Trilha sonora e identidade visual refletem a potência de Ávila

A trilha sonora é um elemento central e estruturador do documentário, que dialoga com a potência da poesia de Ávila. Lucas Miranda (oscilloID), jovem compositor de Belo Horizonte, “fez um trabalho extraordinário, delicado e artesanal”, nas palavras de Santa Rosa. Igualmente fundamental na composição do filme é a sua identidade visual, desenvolvida pela Voltz Design (Alessandra Soares e Cláudio Santos Rodrigues), e a montagem de Breno Fortes, trabalho de parceria estreita e conjunta com a diretora.  

Segundo Eleonora, o aspecto visual sempre foi importante na poesia de Affonso. Nesse sentido, ela conta que transpôs o “&”, ícone desenvolvido pelo também poeta e artista gráfico Sebastião Nunes para o belíssimo livro “Cantaria Barroca”, de AA, elemento-chave da publicação, para o documentário. Esse mesmo ícone, reestilizado, foi utilizado para “unir e ‘perpassar’ todas partes do filme, compondo uma partitura contínua dos poemas em suas diversas épocas de criação, conforme destaca o professor do Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, Eduardo de Jesus, que assina o texto de apresentação do filme constante da plaquete editorial com a reprodução tipográfica de  AFRODÍSIAS, poema inédito de Ávila.

O resultado, segundo o professor, “é uma forma híbrida da palavra-imagem que se estabelece entre a força dos impressos, revelando texturas e volumes típicos do papel, e a imagem em movimento. Figuram no filme – como um deleite visual, intrigante e desafiador – as belas passagens entre a imagem filmada dos livros, as imagens em movimento e as animações que nos endereçam ao inventivo universo gráfico que caracterizou alguns dos livros de Affonso. Um traço de absoluta coerência imagética e conceitual entre as passagens do impresso ao documentário, da palavra impressa à palavra filmada”. 

A produção do documentário tem o patrocínio da Cemig (Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais) e da Liasa (Lei Federal de Incentivo à Cultura). A distribuição em cinemas tem apoio financeiro do Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, através da Lei Paulo Gustavo direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal.

FICHA TÉCNICA “CRISTINA 1300 – AFFONSO ÁVILA – HOMEM AO TERMO”:

Direção, argumento original e roteiro: Eleonora Santa Rosa

Codireção: Marcelo Braga de Freitas

Montagem: Breno Fortes

Produção executiva: Joana Braga e Eleonora Santa Rosa                         

Trilha sonora original: Lucas Miranda (oscilloID)

Tratamento de som, mixagem e masterização: Ronaldo Gino

Identidade visual: Voltz Design (Alessandra Soares e Cláudio Santos Rodrigues)

Direção de animação: Cláudio Santos Rodrigues

Participação especial (leitura de poemas): Vera Holtz

Consultoria de roteiro: Eduardo de Jesus

Distribuição: Cajuína Audiovisual

Serviço: Sessão comentada do documentário “Cristina 1300 – Affonso Ávila – Homem ao termo” em São João del Rei

Data: 10/12 (terça-feira)

Horário: 19h30

Local: Cine Glória (avenida Tiradentes, 390, Centro – São João del Rei/MG)
Ingressos: Devem ser retirados no local 30 minutos antes da sessão (sujeito à lotação)

Informações: @cristina1300doc

Sobre Eleonora Santa Rosa

Jornalista, articulista, gestora e produtora cultural, desempenhou inúmeras funções públicas ao longo de sua reconhecida trajetória profissional. Foi secretária de Cultura de MG, diretora do Centro de Estudos Históricos e Culturais da Fundação João Pinheiro e diretora executiva do Museu de Arte do Rio – MAR. Na sua gestão na SEC, implementou programas e instrumentos de estímulo à cultura, destacando-se o Fundo Estadual de Cultura. Implantou a primeira fase do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, criou a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e foi responsável pela idealização e proposição do Memorial de Minas Gerais e do Plug Minas, dentre outros. Autora dos livros “Interstício”, “Solilóquio” e “cultura!”, atua como consultora na área cultural e palestrante.

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