Mostra apresenta 60 fotografias que retratam e ficcionalizam a paisagem das cidades e a relação das pessoas com esses espaços
Desconstrução. Vazios. Ruínas. Ficções construídas dentro da realidade. Em “Babel”, nova exposição da Casa Fiat de Cultura, o artista visual Rafael Vilarouca apresenta registros que reformulam o espaço urbano a partir de uma cidade imaginada por ele. São 20 trípticos que, ao todo, somam 60 fotografias, formando um mosaico único. A mostra fica em cartaz de 17 de setembro a 3 de novembro, e foi selecionada no 7º Programa de Seleção da Piccola Galleria. Na abertura, no dia 17 de setembro, às 19h30, será realizado um bate-papo com o artista, com inscrição gratuita pela Sympla (bit.ly/AberturaBabel). Toda a programação é gratuita.
“Babel” é um trabalho solitário e íntimo, que condensa a carreira de fotografias do artista. Vilarouca se coloca no cenário urbano para compreender as próprias solidões e como é abraçado por esses lugares. Paralelamente, tudo o que é escolhido para ser fotografado está relacionado a suas memórias pessoais. “O trabalho está muito ligado, também, à questão da coleção. Coleciono fotos que são como souvenirs, registrando aquilo que vejo na cidade”, destaca.
As fotografias, ora analógicas, ora digitais, passam, também, por pequenas intervenções de colagem digital e xerox art, criando uma cartografia do Ceará, estado onde nasceu e vive o artista. Com imagens registradas em Icó, Juazeiro do Norte e Fortaleza, as obras se apresentam como uma espécie de investigação da cidade, que, ao mesmo tempo, é urbana e rural, sem limites claros entre o que é natural e o que é urbano. Paisagens, placas, piscinas, casas e outros elementos anunciam a ruína de uma cidade que cresce desordenadamente. “Os centros urbanos se modificam com toda uma infraestrutura, diferente do que se vê nas cidades que estão à margem”, explica Vilarouca.
As obras desconstroem e ressignificam signos e índices de processos industriais. Deslocam o olhar para o Nordeste brasileiro, compondo fragmentos de arquiteturas, manipulações e interferências na textura das imagens, que dão novos significados às paisagens geopolíticas desses trajetos.
Para Leno Veras, pesquisador, comunicólogo e professor que assina o texto curatorial, a exposição explora a relação entre corporeidade, arquitetura e urbanismo, tendo a cidade como interface. “Este conjunto de obras propõe questionamentos instigantes no que concerne à relação entre sujeito e espaço na cultura contemporânea”, reflete.
A exposição “Babel” é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Fiat, copatrocínio da Stellantis Financiamento, do Banco Stellantis, do Banco Safra, da Usiminas e da Sada. O evento tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Governo de Minas e do Programa Amigos da Casa.
Tudo é ficção
As 60 fotografias de “Babel” constituem-se como um inventário de documentações visuais que transitam pelo tempo. Passado, presente e futuro atravessam a paisagem que, aqui, é o elemento principal.
As imagens registram o que sobrou dos modos de se habitar na cidade, trazendo resquícios de formas de vida em convulsão e que evidenciam símbolos da cidade, a ruína do cotidiano e simulações de paisagens. “A fotografia, por si só, retrata uma ficção. A imagem não é real e a câmera é uma interferência”, explica. “Neste trabalho, faço uma dupla ficcionalização, com interferências também no que está enquadrado”, completa.
Sobre o título, Vilarouca explica que a exposição trata de consumismo e sobre a nossa realidade. “Babel é uma determinação do desentendimento dos homens.”
Abertura
A subversão da realidade através das fotos, a escolha do que será enquadrado e as perspectivas para o futuro serão discutidos no bate-papo com Rafael Vilarouca, no dia 17 de setembro, às 19h30, marcando a abertura de “Babel”.
Ele irá contar sobre o seu processo de criação, inspirações e técnicas utilizadas para a criação desta exposição que representa uma parte de sua trajetória como artista.
Como um storyboard crítico e necessário do seu estado do Ceará, esse esboço, quase cinematográfico, revela a forma crítica do artista olhar e vivenciar o mundo. Após o bate-papo, haverá uma visita mediada à exposição. Inscreva-se gratuitamente pela Sympla (bit.ly/AberturaBabel).
Rafael Vilarouca
Artista visual e fotógrafo natural de Icó (CE), vive em Juazeiro doNorte (CE), Rafael Vilarouca é licenciado em Artes Visuais pela Universidade Regional do Cariri (URCA) e tem bacharelado em Direito pela mesma instituição. Mestre em Linguagens Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, atualmente é doutorando no mesmo programa de pós-graduação.
Em 2016, foi aluno residente no Laboratório de Criação do Porto Iracema das Artes em Fortaleza (CE) e em 2021 participou da residência “O álbum é a Obra” proposto pelo Instituto da Fotografia do Ceará – IFoto, tendo sido premiado em 2015 no 66º Salão de Abril, em Fortaleza (CE). Entre 2009 e 2014, realizou diversas ações e exposições como integrante do Coletivo Café com Gelo, grupo de artistas visuais formado no Cariri cearense. Tem atuado em diversas mostras desde então.
Piccola Galleria
O espaço é destinado a artistas da cena contemporânea e foi criado em 2016, com o intuito de incentivar a produção nacional e internacional. Os artistas são selecionados por uma comissão de especialistas, que, nesta 7ª edição, contou com o curador, pesquisador e educador Bitu Cassundé; a professora, artista e pesquisadora Telma Martins; e a artista e professora Leonora Weissmann. O processo se realizou 100% online, de modo a facilitar a inscrição de pessoas de todo o Brasil. No total, mais de 200 trabalhos foram enviados, e a avaliação dos jurados também se deu no formato virtual.
A proposta é apresentar e destacar trabalhos inéditos – pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, fotografias, instalações, performances e/ou videoarte – de artistas locais, brasileiros ou estrangeiros. Além de Rafael Vilarouca, outros cinco artistas foram selecionados na 7ª edição, e serão exibidos na programação de 2024/2025.
As exposições selecionadas contam com ações do Programa Educativo, desenvolvidas em conjunto com a curadoria de cada mostra. São realizadas visitas mediadas para públicos agendados e espontâneos, além de ações especiais de comunicação em todos os canais da Casa Fiat de Cultura. A mediação é feita com recursos de acessibilidade, para ampliar o acesso do público e a visibilidade dos artistas.
Nas seis edições já realizadas, o Programa de Seleção da Piccola Galleria apresentou o trabalho de 35 artistas, abrigou mais de 400 obras e recebeu um público de 500 mil pessoas. A sala expositiva é um ambiente dedicado às artes visuais e sua criação marcou os 10 anos da Casa Fiat de Cultura. Situada ao lado do painel “Civilização Mineira”, de Candido Portinari, no hall principal da Casa Fiat de Cultura, o pequeno recinto é destinado a exposições de curta duração, mas com toda a visibilidade que a instituição enseja. Local intimista e com grande circulação de público, conta com a chancela da Casa Fiat de Cultura e do Circuito Liberdade, um dos mais importantes corredores culturais do país.
A Casa Fiat de Cultura
A Casa Fiat de Cultura cumpre importante papel na transformação do cenário cultural brasileiro, ao realizar prestigiadas exposições. A programação estimula a reflexão e interação do público com várias linguagens e movimentos artísticos, desde a arte clássica até a arte digital e contemporânea. Por meio do Programa Educativo, a instituição articula ações para ampliar a acessibilidade às exposições, desenvolvendo réplicas de obras de arte em 3D, materiais em braille e atendimento em libras. Mais de 90 mostras, de consagrados artistas brasileiros e internacionais, já foram expostas na Casa Fiat de Cultura, entre os quais Caravaggio, Rodin, Chagall, Tarsila, Portinari entre outros. Há 18 anos, o espaço apresenta uma programação diversificada, com música, palestras, residência artística, além do Ateliê Aberto – espaço de experimentação artística – e de programas de visitas com abordagem voltada para a valorização do patrimônio cultural e artístico. A Casa Fiat de Cultura é situada no histórico edifício do Palácio dos Despachos e apresenta, em caráter permanente, o painel de Portinari, Civilização Mineira, de 1959. O espaço integra um dos mais expressivos corredores culturais do país, o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. Mais de 4 milhões de pessoas já visitaram suas exposições e 700 mil participaram de suas atividades educativas.
SERVIÇO
Exposição “Babel”, de Rafael Vilarouca, na Casa Fiat de Cultura
Período expositivo: 17 de setembro a 3 de novembro de 2024
Visitação presencial: terça-feira a sexta-feira das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h (exceto segundas-feiras)
Tour virtual no site: www.casafiatdecultura.com.br
Bate-papo e visita com o artista
17 de setembro, às 19h30, na Casa Fiat de Cultura
Inscrições gratuitas na Sympla (bit.ly/AberturaBabel)
Casa Fiat de Cultura
Praça da Liberdade, 10 – Funcionários – BH/MG
Circuito Liberdade
Horário de Funcionamento
Terça-feira a sexta-feira, das 10h às 21h
Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h
Informações
www.casafiatdecultura.com.br
[email protected]
facebook.com.br/casafiatdecultura
Instagram: @casafiatdecultura
Twitter: @casafiat
YouTube: Casa Fiat de Cultura
Fonte: Personal Press
Polliane Eliziário – [email protected] – (31) 99788-3029
Raquel Braga – [email protected] – (31) 99548-9158