“Minha eficiência é muito maior que minha deficiência”
A prática esportiva com regularidade é responsável por promover inúmeros benefícios para a saúde física e mental de seus praticantes, consequentemente melhorando sua qualidade de vida. Para pessoas com necessidades especiais, essa atividade pode representar muito mais do que saúde.
A constante realização de atividades físicas libera dopamina e serotonina na corrente sanguínea que, em conjunto, auxiliam o organismo a gerar sensação de bem-estar, satisfação e prazer. E ainda tem muito mais aspectos positivos, pois melhora a condição cardiovascular, aprimora a força, a agilidade, a coordenação motora, o equilíbrio e o repertório motor. Além disso, no âmbito social, o esporte permite a oportunidade de socializar, gera inclusão e torna o praticante mais independente. Psicologicamente, o esporte também melhora a autoconfiança e a autoestima, tornando seus praticantes mais seguros para alcançar seus objetivos e mais otimistas.
O professor e coordenador do curso de Educação Física na Unipac Barbacena, Dr. Eurico Peixoto César, acredita que este tema é muito importante, porém só ganha visibilidade quando se aproximam os Jogos Olímpicos e as Paraolimpíadas — evento olímpico adaptado para atletas que portam algum tipo de deficiência física ou sensorial, onde é amplamente divulgado o quanto as pessoas com limitações conseguem romper barreiras e limites quase intransponíveis, evidenciando o papel do exercício físico na vida desses atletas.
“Apesar de serem amplamente divulgados os efeitos benéficos que os exercícios físicos podem trazer à saúde das pessoas, é curioso como a mídia pouco especializada quase não se preocupa ou divulga informações sobre esse assunto quando o caso são Pessoas com Deficiência (PCD)”, ressalta o professor. Ele ainda destaca que, ao contrário do que ocorre na mídia, os benefícios que o exercício físico traz para a vida de PCDs são bastante divulgados no meio científico. Eles vão desde a maior capacidade de realizar tarefas físicas comuns do cotidiano até a melhora da qualidade de vida, que considera aspectos emocionais, físicos e sociais dessas pessoas.
Isis Holt, atleta australiana que, aos 14 anos, estabeleceu o recorde mundial na corrida de 200 m para atletas com paralisia cerebral.
“Recentemente, um grupo de pesquisadores da Dinamarca e do Reino Unido publicaram um estudo de Revisão Sistemática sobre o tema e concluíram que níveis mais altos de atividade física estão fortemente associados à melhor saúde física e mental de veteranos de guerra amputados. Além disso, outros estudos têm consistentemente indicado os efeitos benéficos dos exercícios físicos para PCDs, independentemente de sexo, idade ou condição social”, relata.
Eurico ainda reforça que, para alcançar esses benefícios, o exercício físico deve ser prescrito e acompanhado por um professor de Educação Física, que é o profissional legalmente habilitado e com competência intelectual e prática para essa função. Então, o que você está esperando? O céu é o limite!
Texto: Flávia Siqueira